Belo texto, como sempre, Ana. Li e pensei aqui o seguinte, sabe o que acontece? O artista brasileiro (no sentido sério do termo, pra valer) passou da hora de aprender o inglês. Isso, falar em inglês. Produzir e expor a brasilidade (de novo no sentido sério) em inglês. Nosso português é lindo e tal, mas não é usual: é como um coreano, um russo, um húngaro. Falamos – e sentimos – em português e achamos que isso é o suficiente. Não é. O mundo quer nos receber e nos entender, mas isso precisa ser feito na língua deles.
Isso. A ideia de "descolonização" do Glauber era a de que, dada a nossa condição de brasileiros – bem distinta da condição dos povos norte americanos e europeus, ainda mais na época dele –, era preciso que o nosso cinema e a nossa arte partissem da experiência da vida brasileira, em vez de ficar copiando modelos estrangeiros que não davam conta de exprimir a "estética da fome", ou fazendo arte, literalmente, para inglês ver (isto é, visando a pose de artista internacional, diluído esteticamente, em vez de tomar para si a bronca de desenvolver algo original, com raízes fincadas no Brasil). Acho que essa percepção dele era (e ainda é) muito relevante, mesmo para quem não gosta do cinema dele.
Belo texto, como sempre, Ana. Li e pensei aqui o seguinte, sabe o que acontece? O artista brasileiro (no sentido sério do termo, pra valer) passou da hora de aprender o inglês. Isso, falar em inglês. Produzir e expor a brasilidade (de novo no sentido sério) em inglês. Nosso português é lindo e tal, mas não é usual: é como um coreano, um russo, um húngaro. Falamos – e sentimos – em português e achamos que isso é o suficiente. Não é. O mundo quer nos receber e nos entender, mas isso precisa ser feito na língua deles.
A ideia de Glauber não seria de decolinizar a mente? Acho que ele segue essa ideia. Amei o texto. Glauber é genial, uma pessoa lúcida como poucos são.
Beijos!!
Isso. A ideia de "descolonização" do Glauber era a de que, dada a nossa condição de brasileiros – bem distinta da condição dos povos norte americanos e europeus, ainda mais na época dele –, era preciso que o nosso cinema e a nossa arte partissem da experiência da vida brasileira, em vez de ficar copiando modelos estrangeiros que não davam conta de exprimir a "estética da fome", ou fazendo arte, literalmente, para inglês ver (isto é, visando a pose de artista internacional, diluído esteticamente, em vez de tomar para si a bronca de desenvolver algo original, com raízes fincadas no Brasil). Acho que essa percepção dele era (e ainda é) muito relevante, mesmo para quem não gosta do cinema dele.